21 de mar. de 2007

Memórias, velhas lembranças

Foi-se o tempo em que 64 quilobytes de RAM era fenómeno para muitos da minha época, e olha que não sou tão velho assim.
Os computadores e sistemas operacionais evoluíram de 20 anos para cá, e não seria possível essa evolução se não tivesse evoluído em conjunto outras peças importantes do maravilhoso mundo do hardware de computação pessoal.
As memórias RAM (Random Acces Memory) são peças fundamentais em quaisquer sistema computacional moderno. Entende-se por sistema computacional moderno todo sistema que "computa", ou seja, calcula, registra, armazena, manipula informações, através de circuitos digitais, hoje em dia ultra-rápidos. Ao longo dessas duas décadas surgiram vários terminologias e tecnologias para uso das memórias RAM.
Módulo DIP (DUAL IN-LINE PACKAGE)
"Os módulos DIP são encapsulamentos de plástico ou cerâmica, que protegem o chip, facilitam a dissipação de calor, e tornam mais acessíveis seus terminais, facilitando o encaixe ou a soldagem. Em micros mais antigos, principalmente XTs, 286s e os primeiros micros com processadores 386, os chips DIP eram soldados diretamente à placa mãe, ou em alguns casos, encaixados individualmente em soquetes disponíveis na placa. Este sistema porém, trazia várias desvantagens, por dificultar (ou mesmo impossibilitar) upgrades de memória ou a substituição de módulos defeituosos. " [Microemp]
Módulo SIMM de 30 vias
"Para tornar mais fácil a substituição dos chips de memória, assim como, tornar sua instalação fácil até mesmo para usuários inexperientes, foram criados os módulos de memória (pequenas placas de circuito onde os chips DIP são soldados) que são encaixados em soquetes disponíveis na placa mãe. Os primeiros módulos de memória criados são chamados de módulos SIMM, sigla que significa Single In Line Memory Module , justamente por que existe uma única via de contatos. Apesar de existirem contatos também na parte de trás do pente, eles servem apenas como uma extensão dos contatos frontais, existindo apenas para aumentar a área de contato com o soquete. Examinando o pente você verá um pequeno orifício em cada contato, que serve justamente para unificar os dois lados. Os primeiros módulos SIMM possuíam 30 vias, e eram capazes de trabalhar com transferências de até 8 bits por vez. Estes módulos foram utilizados em micros 386 e 486, e foram fabricados em varias capacidades, sendo os mais comuns os de 256KB, 1MB e 4 MB, existindo também módulos de 512 KB, 8 MB e 16 MB. Como tanto o 386 quanto o 486 são processadores que acessam a memória usando palavras de 32 bits, é preciso combinar 4 pentes para formar cada banco de memória. Nos micros equipados com processadores 386SX são necessários apenas 2 pentes, já que o 386SX acessa a memória usando palavras de apenas 16 bits." [Microemp]
Módulo SIMM de 72 vias
"Apesar de serem muito mais práticos do que os chips DIP, os módulos SIMM de 30 vias ainda eram bastante inconvenientes, já que era preciso usar 4 pentes idênticos para formar cada banco de memória. Para solucionar este problema, os fabricantes criaram um novo tipo de pente de memória SIMM, de 32 bits, que possui 72 vias. Esse tipo de memória foi usado em micros 486 mais modernos e tornou-se padrão em micros Pentium. Ao invés de quatro pentes, é preciso apenas um pente SIMM de 72 vias para formar cada banco de memória nos micros 486. Como o Pentium acessa a memória usando palavras de 64 bits, são necessários 2 pentes em cada banco." [Microemp]
Módulo DIMM de 168 vias
"Ao contrario dos módulos SIMM de 30 e 72 vias, os módulos DIMM possuem contatos em ambos os lados do pente, o que justifica seu nome, Double In Line Memory Module ou módulo de memória com duas linhas de contato . Os módulos DIMM trabalham com palavras binárias de 64 bits, o que dispensa seu uso em pares, em micros equipados com processadores Pentium ou superiores. Existe também uma versão miniaturizada de módulo DIMM, chamada small outline DIMM ou SODIMM, utilizada em notebooks." [Microemp]
Memórias EDO
"As memórias EDO foram criadas em 94, e trouxeram mais uma melhoria significativa no modo de acesso a dados. Além de ser mantido o modo de acesso rápido das memórias FPM, foram feitas algumas modificações para permitir mais um pequeno truque, através do qual um acesso à dados pode ser iniciado antes que o anterior termine, permitindo aumentar perceptivelmente a velocidade dos acessos. O novo modo de acesso permite que as memórias EDO funcionem com tempos de acesso de apenas 5-2-2-2 em uma placa mãe com BUS de 66 MHz, um ganho de 25%. Apesar de já ultrapassado, este tipo de memória ainda é muito usado atualmente, sendo fabricado em velocidades de 70, 60 e 50 nanos, com predominância dos módulos de 60 nanos. As memórias EDO são encontradas em módulos de 72 vias, existindo também alguns casos raros de memórias EDO na forma de módulos DIMM. As melhorias na arquitetura das memórias EDO tornaram-nas incompatíveis com placas mãe equipadas com chipsets mais antigos. Basicamente, apenas as placas para processadores Pentium e algumas placas mãe para 486 com slots PCI (as mais recentes) aceitam trabalhar com memórias EDO. Existem também placas tolerantes que funcionam com memórias EDO, apesar de não serem capazes de tirar proveito do modo de acesso mais rápido, e finalmente, as placas incompatíveis, que nem chegam a inicializar caso sejam instaladas memórias EDO." [Microemp]
Memórias BEDO (BURST EXTENDED DATA OUTPUT RAM)
"As memórias BEDO utilizam uma espécie de Pipeline para permitir acessos mais rápidos. Em um BUS de 66 MHz, as memórias BEDO são capazes de funcionar com temporização de 5-1-1-1, quase 30% mais rápido que as memórias EDO. O mais interessante é que o custo de produção das memórias BEDO é praticamente o mesmo das memórias EDO e FPM. O maior impedimento à popularização das memórias BEDO foi a falta de suporte por parte dos chipsets Intel, que suportavam apenas memórias EDO e SDRAM (no caso dos mais modernos). No final, as sucessoras das memórias EDO acabaram sendo as memórias SDRAM, que apesar de um pouco mais caras, oferecem uma performance levemente superior às BEDO e desfrutam de compatibilidade com todos os chipsets modernos." [Microemp]
Memórias PC-100 (Memórias de 100 MHZ)
O Padrão PC-100, desenvolvido pela IBM, consiste numa série de especificações que visam a fabricação de memórias capazes de funcionar estavelmente com velocidade de barramento de 100 MHz. Teoricamente, qualquer memória SDRAM com tempo de acesso abaixo de 10 nanos poderia funcionar a 100 MHz, pois 1000/10 = 100. O problema é que, apesar das memórias SDRAM comuns (chamadas de PC-66, por terem funcionamento garantido a apenas 66 MHz) oferecerem tempos de acesso de até 9 ou mesmo 8 nanos, elas muitas vezes possuem um tempo de latência muito alto, falhando quando obrigadas a funcionar a 100 MHz. Apesar de inicialmente os fabricantes terem encontrado dificuldades para produzir as memórias PC-100, com a proliferação dos processadores que rodam com BUS de 100 MHz, como as versões de 350, 400 e 450 MHz do Pentium II e os K6-2 de 300, 350, 400 e 450 MHz, essas memórias vêm se tornando populares. Encontramos à venda atualmente, memórias PC-100 com tempos de acesso de 10, 9, 8, 7 ou até mesmo 6 nanos. Vale lembrar que memórias SDRAM de boa qualidade, até podem chegar a funcionar a 100 MHz, mas não existe nenhuma garantia, é como um tiro no escuro. Além disso, com memórias SDRAM comuns trabalhando nesta velocidade, perdemos em confiabilidade. [Microemp]

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